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quarta-feira, 29 de junho de 2016

5 Motivos para não consumir herbalife

A Herbalife é uma empresa que está há mais de 30 anos no mercado, e isso gera uma certa confiança em algumas pessoas. Mas não é por isso que seus produtos são benéficos à saúde não é verdade? Quantas marcas de cigarro, refrigerantes, salgadinhos estão aí por décadas, e todos sabemos o mal que fazem à saúde - detalhe: são liberados pela ANVISA (algo maior rola por trás disso tudo $$$).


Como não canso de falar, cada vez mais estudos comprovam que herbalife traz danos ao fígado, e nenhum 'shake' deve ser recomendado em substituição à comida de verdade, com o objetivo de emagrecer. O que nós profissionais da saúde queremos é que a população tenha saúde. Isso nem sempre é sinônimo de magreza. Isso não pode ser feito a qualquer custo. Agora leia os 5 motivos:

1) Existem diversos estudos mostrando relação entre consumo dos produtos e problemas hepáticos. Quando alguém está tomando um suplemento ou um alimento que faça com que o fígado fique sobrecarregado e tenha uma lesão, essa pessoa vai ter dificuldades de eliminar todos esses componentes do organismo e pode sofrer, por exemplo, a icterícia, que é quando a pessoa fica amarela por excesso de bilirrubina no sangue. A icterícia é popularmente conhecida como amarelão. Referências la em baixo, quem se interessar, leia, os estudos são bem interessantes.

2) Péssima composição nutricional. Os principais ingredientes (maior quantidade do produto) do shake é a proteína da soja e frutose. Sendo o segundo altamente relacionado com problemas hepáticos quando consumido de maneira industrial e não in natura como nas frutas. Além de adoçantes artificiais, óleo vegetal e maltodextrina (semelhante ao açúcar). Substâncias que comprovadamente não são saudáveis e trazem diversos malefícios ao organismo. (Informações retiradas no rótulo do site oficial) 

3) Caso a praticidade seja um fator importante para você existem diversas opções práticas e mais acessíveis. Principalmente porque considerando o ponto 2, o shake é absurdamente caro para o que oferece. 

4) Não é e nunca vai ser a única ou melhor forma de emagrecimento. Emagrecimento é um processo multifatorial. Existem diversas formas de emagrecer e não é todas elas que são saudáveis. Então, reflita sobre COMO você quer chegar lá. 

5) Os argumentos do vendedores são presença mundial e autorização da ANVISA. Gostaria de saber então o porquê de coca-cola ser liberada em tantos países. Outro argumento: não sei quem tem um prêmio nobel e atesta os produtos da herbalife. Aí só resta dizer que muita gente utiliza essa máxima para vida: "pagando bem, que mal tem?". Reflitam. 

O Guia Alimentar Para a População Brasileira de 2014, do Ministério da Saúde, orienta a redução máxima consumo de produtos hiperindustrializados (alimentos que perdem suas características após serem processados, por exemplo, biscoitos, chips).

O país saiu do mapa da fome, mas tivemos uma inversão. Hoje mais de 50% dos adultos estão no sobrepeso. E o que levou a isso? As pessoas foram ganhando peso através da alimentação industrializadas e grandes quantidades de açúcar. Ninguém ganha peso comendo um prato de arroz.

A alimentação vai além dos nutrientes. Uma cápsula com nutrientes, a indústria é capaz de produzir, mas isso não é saúde. A gente não pode ficar refém de tudo o que a indústria propõe. Nos alimentos, há tudo que é necessário para uma vida saudável.

Então, se os 5 motivos citados ainda não forem o suficientes, olhe as referências, se ainda assim você acreditar mais no vendedor/gerente ou na moda do momento, o Coach de bem estar Herbalife, do que em uma nutricionista, só tenho a dizer que o livre arbítrio está aí para isso. Compartilhe essa informação com seus amigos e evitem que eles prejudiquem a sua saúde.

Referências: 

Teschke R, Schwarzenboeck A, Eickhoff A, Frenzel C, Wolff A, Schulze J. Clinical and causality assessment in herbal hepatotoxicity. Expert Opin Drug Saf. 2013;12:339–366. [PubMed] 

Ignarro L, Heber D, Henig YS, Bejar E. Herbalife nutritional products and liver injury revisited. J Hepatol. 2008;49:291–293; author reply 293-294. [PubMed] 

Manso G, López-Rivas L, Duque JM, Salgueiro E. Spanish reports of hepatotoxicity associated with Herbalife products. J Hepatol. 2008;49:289–290; author reply 290-291. [PubMed]. 

Shouval D, Elinav E. More reports of potential hepatotoxicity of Herbalife products: Reply. J Hepatol. 2008;49:290–291. 

Appelhans K, Smith C, Bejar E, Henig YS. Revisiting acute liver injury associated with herbalife products. World J Hepatol. 2011;3:275–277. [PMC free article] [PubMed] 

Stickel F. Herbalife®-associated hepatotoxicity: author’s reply. Liver Int. 2011;31:1239–1240. 

Chao S, Anders M, Turbay M, Olaiz E, Mc Cormack L, Mastai R. Toxic hepatitis by consumption Herbalife products a case report. Acta Gastroenterol Latinoam. 2008;38:274–277

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Puro, branco e fatal! Essa é uma definição para o açúcar!


Muitos pessoas ainda perguntam se nosso corpo precisa de açúcar para terem energia! Se isso fosse verdade, nós não teríamos sobrevivido ao período evolutivo, pois o açúcar é usado para adoçar bebidas e preparações há apenas 300 anos.

O consumo de açúcar no Brasil cresceu muito nas últimas décadas. De acordo com a Embrapa, em 1930 era de 15 kg/ano por habitante. Na década de 1990, subiu para 50 kg. Desde então, a demanda interna de açúcar passou a ser influenciada pelo crescimento da população, aumentando em torno de 2% ao ano. Hoje, o consumo médio estimado é de 56 kg/ano por habitante. É importante lembrar que esse consumo não representa só o açúcar que você coloca no café ou no suco, mas todos os alimentos que contêm açúcar, como bolos, biscoitos, refrigerantes, bolachas, sorvetes, balas, ketchup, etc. A consequência disso pode ser observada no aumento progressivo dos índices de sobrepeso/obesidade na população nos últimos anos, além de doenças correlacionadas, como o diabetes.



Evitar o açúcar é uma tarefa quase impossível para algumas pessoas. Verdade! Ficar "viciado" em doces é muito fácil, pois sua absorção é extremamente rápida e logo alcança o cérebro, onde se converte em serotonina, neurotransmissor ligado ao bem-estar. Não por acaso, dizem que "água com açúcar" é bom para acalmar. Não por acaso, as mulheres sentem mais vontade de comer doces durante a TPM. Essa compulsão parece ligada a uma alteração dos neurotransmissores cerebrais, principalmente a serotonina, que gera uma alteração no centro de controle do apetite, causando aquela vontade quase incontrolável de comer doces. Além disso, o açúcar fornece apenas calorias vazias para o organismo, pois ele não contém vitaminas nem minerais, que são nutrientes essenciais para o bom funcionamento do corpo. 



Malefícios do consumo de açúcar


O consumo frequente de açúcar aumenta as chances de ter problemas como: Cáries nos dentes; Obesidade; Diabetes; Colesterol alto; Gordura no fígado; Câncer; Gastrite; Pressão alta; Gota; Prisão de ventre; Diminuição da memória; Miopia; Trombose; Acne.

Recomendação de consumo de açúcar

A recomendação de consumo de açúcar por dia é de 25 g, o que equivale a uma colher de sopa cheia, mas o ideal é evitar ao máximo a ingestão desse alimento, pois o corpo não precisa dele para funcionar bem.

Além disso, deve-se preferir o consumo de açúcar mascavo ou de mel, pois contêm mais vitaminas e minerais que o produto refinado, sendo menos prejudiciais à saúde.

E aí? O que fazer?

A primeira medida é cortar a adição de açúcar refinado! Também comece a prestar atenção nos rótulos (saiba como AQUI), nas tabelas de composição nutricional. Você vai encontrar diferentes açúcares adicionados aos alimentos: xarope de milho, frutose, sacarose, glicose, adoçante de milho. Vejo muitas pessoas utilizando outros açúcares em substituição ao refinado, como: orgânico, mascavo, cristal, light e mel, só para citar alguns. Mas eles são apenas “menos piores” do que o açúcar refinado.


Bônus:

Para quem quer saber mais sobre esse assunto recomendo assistir o documentário FED UP, que já compartilhei aqui no blog, acesse AQUI.

Além deste documentário, tem outro sobre a obesidade infantil, chamado MUITO ALÉM DO PESO, acesse AQUI.
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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Aeróbico em jejum, realmente funciona?

Antes de responder a esta pergunta sobre se realmente os aeróbicos em jejum funcionam, vamos à uma breve história sobre o assunto.



Esta é uma prática antiga, porém, popularizada na década de 90 através da publicação de um livro chamado “Body For Life” do autor Bill Phillips. Este livro pregava a aplicação dos exercícios aeróbios em jejum como estratégia para aqueles que desejavam emagrecerem, queimarem mais gorduras.

A partir de então, a moda pegou e muitos praticantes de atividades físicas assim como treinadores começaram aplicar a estratégia dos exercícios aeróbicos em jejum frequentemente. Assim como foi na época do “Cooper”, agora tínhamos uma outra pratica cegamente aplicada pelas pessoas de forma “viralizada”.

Então, voltando a pergunta inicial se realmente os exercícios aeróbicos em jejum funcionam, a resposta é um belo e sonoro: NÃO!!!!



Para comprovar isso, um estudo de meta análise (que é a analise de vários estudos sobre o tema) mostra que a realização do aeróbio em jejum (AEJ) é pior para queimar (oxidar) gorduras após a sessão que se alimentar antes do treino, esse resultado foi mais evidente nas mulheres (gráfico). Foram incluídos 18 estudos representando 199 indivíduos que preencheram todos os critérios.


Em uma pesquisa realizada em 1999, Utter e colaboradores, estudaram as respostas hormonais em atividades aeróbias diante de duas situações: 1) jejum de 12 horas; e 2) ingestão de carboidratos (antes e durante o teste).

Eles identificaram que os níveis do hormônio cortisol, que é um hormônio catabólico, praticamente dobraram e mantiveram-se 80% maiores 90 minutos após o fim daqueles que praticaram exercícios aeróbicos em jejum, em relação ao grupo que ingeriu carboidratos!

Se exercícios aeróbicos contínuos de longa duração são ineficientes na queima de gorduras, você acha mesmo que exercícios aeróbicos em jejum seriam a melhor opção? Com certeza não…



Em primeiro lugar os exercícios aeróbicos em jejum são feitos também em baixas intensidades já que você não se alimentou para realizar exercícios e deve se poupar de esforços maiores, logo, já sabemos que exercícios em baixas intensidades não são eficientes para queima de calorias diárias totais.

Em segundo lugar, exercícios aeróbicos em jejum colocam-no em uma situação de risco, podendo levá-lo a tonturas, mal estar e até mesmo desmaios. Será que vale mesmo a pena o risco?

Em terceiro lugar vem a questão do termo “jejum”, que significa “privação”, “ausência” total de alimentos. Só que muitos acabam ingerindo alguma coisa antes de treinar, como por exemplo, suplementos (BCAA e/ou Glutamina) para evitar perdas de massa muscular e os baixos níveis de glicose. Então não é mais exercícios aeróbicos em jejum!

Além disso, o tempo de treino dos exercícios aeróbicos em jejum é curto o suficiente para não promover perda de massa muscular, ou seja, gasta-se uma grana com suplementos proteicos (que são os mais caros) para prevenir perdas musculares que na realidade nem mesmo acontecem!

Portanto, se alimentar antes do treino e treinar em maior intensidade pode prolongar e promover maior oxidação de gorduras após a sessão. Além disso, combinar restrição calórica e AEJ pode reduzir a massa muscular por aumento da degradação de proteínas musculares. Claro que se o indivíduo não fizer resistido e consumir pouca proteína no dia.



O emagrecimento eficiente envolve a combinação de treinamentos intervalados de alta intensidade (HIIT) e musculação para promoverem um aumento do metabolismo de repouso e manter a queima de gordura elevada mesmo horas após o término dos treinos, o chamado efeito EPOC (leia mais AQUI), além de dieta adequada.


Referências:

HENDERSON GC, ALDERMAN BL. Determinants of resting lipid oxidation in response to prior bout of endurance exercise. J Appl Physio. 2013.

UTTER AC, KANG J, NIEMAN DC, WILLIAMS F, ROBERTSON RJ, HENSON DA, DAVIS JM, BUTTERWORTH DE. Effect of carbohydrate ingestion and hormonal responses on ratings of perceived exertion during prolonged cycling and running. Eur J Appl Physiol Occup Physiol. 1999 Jul;80(2):92-9.
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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Dor muscular tardia, é sinal de um bom treino?

Quem já não teve aquela dor no dia seguinte e comentou: “O treino de ontem foi bom! Acordei todo dolorido!”. Também temos a cultura da dor muscular em vários outros esportes. No caso da musculação, a dor muscular é associada ao sucesso no treino, adaptações de força e hipertrofia. Mas a dor muscular é realmente um indicador de um treino bem feito? Ou de resultados garantidos? E o dia em que você não sentiu dor, aquele treino não funcionou?


O que é a dor muscular tardia?


A dor muscular tardia (como é chamada aquela dorzinha que aparece no segundo dia após o treino) ainda tem suas causas pouco compreendidas pela literatura científica. Acredita-se que ela seja produto de inflamações a nível microscópico do tecido conjuntivo. Histaminas, bradicinas, prostaglandinas e outras substâncias podem estar associadas ao desconforto através da ação sobre os nervos aferentes do tipo III e IV. Esses nervos traduzem os sinais químicos como dor para o sistema nervoso central. Outro ponto são as alterações bioquímicas resultantes da ruptura das miofibrilas, através delas entram e saem proteínas intracelulares e extracelulares que seriam promotoras da resposta inflamatória. O edema causado pelo processo inflamatório, também teria responsabilidade pelo aumento da pressão osmótica entre as fibras musculares que contribuiriam para uma maior sensibilidade dos nociceptores (receptor sensorial que causa a sensação da dor).


Existe relação entre a dor muscular tardia e a hipertrofia?

A dor muscular tardia geralmente começa se manifestar entre 6-8 horas de uma atividade intensa e atinge seu pico em aproximadamente 48 horas após o exercício.


Na clássica teoria que explicaria a hipertrofia, seus resultados vem de adaptações induzidas pelo dano muscular causado pelo exercício intenso. Porém quando vamos correlacionar a dor muscular tardia com o dano causado pelo exercício não vemos nenhuma relação de causa e efeito. Alguns estudos avaliaram alguns indicadores de dano muscular (creatina quinase plasmática, edema, força isométrica) e não viram correlações com uma escala de dor (apresentada visualmente). Outra pesquisa observou a progressão do edema através de ressonância magnética e também não encontrou pontos coincidentes entre o grau máximo da dor muscular tardia e o edema.

A dor muscular tardia nos dá uma indicação (em algum grau) da ocorrência do dano muscular sim, porém não é uma medida confiável para mensurar esse fenômeno. Se formos observar a dor muscular como sinal de hipertrofia também encontramos fracas correções. Fato observado em atletas de endurance que apresentam altos índices de dor muscular tardia sem nenhum sinal de hipertrofia.

Outro problema é que a dor muscular tardia parece variar muito de indivíduo para indivíduo, tendo atletas que apresentam índices maiores que outros mesmo realizando treinamentos de intensidade semelhante. Fisiculturistas (bodybuilders) relatam que alguns músculos são mais sensíveis a dor muscular tardia que outros, inclusive apontando que nunca sentiram dor muscular tardia em alguns grupos musculares. Em um estudo com esses atletas, foi evidente o ganho de massa muscular sem propensão a dor dos mesmos grupos musculares hipertrofiados.

Para profissionais que fazem o acompanhamento de suas sessões de musculação utilizando a escala de dor (DOMS) como forma de se assegurar de respostas hipertróficas precisam lembrar que:
  1. Não existem boas correlações entre a dor e o dano muscular induzido pelo exercício.
  2. Indivíduos podem apresentar mais sensibilidade a dor do que outros.
  3. A presença da dor muscular tardia vai diminuindo progressivamente com o tempo e experiência de treino.
  4. Existem grupos musculares mais suscetíveis a dor muscular tardia do que outros.
Então, pode até usar a camiseta escrita “no pain, no gain” porém, fique sabendo que é só propaganda. Já se você toma anti-inflamatórios porque não é tão "hardcore" a ponto de  aguentar essas dores musculares, fique sabendo que seu processo de hipertrofia pode estar sendo prejudicado (leia mais AQUI). Bons treinos e...
Brincadeira né, é a força do habito kkkkkkkk

Referência:

SCHOENFELD, Brad J.; CONTRERAS, Bret. Is Postexercise Muscle Soreness a Valid Indicator of Muscular Adaptations?. Strength & Conditioning Journal, v. 35, n. 5, p. 16-21, 2013.
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